De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes, sem contestação possível, são aquelas por meio das quais os Espíritos se tornam visíveis. Pela explicação deste fenômeno se verá que ele não é mais sobrenatural do que os outros. Vamos apresentar primeiramente as respostas que os Espíritos deram acerca do assunto:
1ª Podem os Espíritos tornar-se visíveis?
“Podem, sobretudo, durante o sono. Entretanto, algumas pessoas os veem quando acordadas, porém isso é mais raro.”
2ª Pertencem mais a uma categoria do que a outra os Espíritos que se manifestam fazendo-se visíveis?
“Não; podem pertencer a todas as classes, assim às mais elevadas, como às mais inferiores.”
3ª A todos os Espíritos é dado manifestarem-se visivelmente?
“Todos o podem, mas nem sempre têm permissão para fazê-lo, ou o querem.”
4ª Que fim objetivam os Espíritos que se manifestam visivelmente?
“Isso depende; de acordo com as suas naturezas, o fim pode ser bom ou mau.”
5ª Como lhes pode ser permitido manifestar-se, quando para mau fim?
“Nesse caso é para experimentar os a quem eles aparecem. Pode ser má a intenção do Espírito e bom o resultado.”
6ª Qual pode ser o fim que tem em vista o Espírito que se torna visível com má intenção? “Amedrontar e muitas vezes vingar-se.”
a) Que visam os que vêm com boa intenção?
“Consolar as pessoas que deles guardam saudades, provar-lhes que existem e que estão perto delas; dar conselhos e, algumas vezes, pedir para si mesmos assistência.”
7ª Que inconveniente haveria em ser permanente e geral entre os homens a possibilidade de verem os Espíritos? Não seria esse um meio de tirar a dúvida aos mais incrédulos?
“Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, vê-los a todos os instantes o perturbaria, embaraçar-lhe-ia os atos e tirar-lhe-ia a iniciativa na maioria dos casos, ao passo que, julgando-se só, ele age mais livremente. Quanto aos incrédulos, de muitos meios dispõem para se convencerem, se desses meios quiserem aproveitar-se e não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes muito bem existirem pessoas que hão visto e que nem por isso creem, pois dizem que são ilusões. Com esses não te preocupes; deles se encarrega Deus.”
Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Cap. VI, Item 100. Editora FEB