Na mensagem de hoje temos um trecho das respostas de Allan Kardec à S. A. Príncipe G. a cerca de várias indagações relativas ao Espiritismo.
Fora do mundo corporal visível existem seres invisíveis, que constituem o mundo dos Espíritos.
Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais.
Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Conseguintemente, os há bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos, mentirosos, velhacos, hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, da mesma forma como os há superiores em tudo, que não procuram fazer senão o bem. Essa distinção é um ponto capital.
Os Espíritos nos rodeiam incessantemente. Sem que o saibamos, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo nos acontecimentos e nos destinos da Humanidade.
Freqüentemente os Espíritos atestam sua presença através de efeitos materiais. Tais efeitos nada têm de sobrenatural, assim nos parecendo por repousarem sobre bases que escapam às leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, o efeito entra na categoria dos fenômenos naturais. É assim que os Espíritos podem agir sobre corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes exteriores. Negar a existência de agentes desconhecidos pela simples razão de não os compreender seria impor limites ao poder de Deus e acreditar que a Natureza nos tenha dito sua última palavra.
Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida.
Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos o braço do telégrafo produzir sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que ele seja inteligente, mas, sim, que é movido por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não é a nossa, evidentemente encontra-se fora de nós.
Allan Kardec – Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. N.1; Ano 2,1859. FEB Editora.
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