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Das manifestações inteligentes

Para uma manifestação ser inteligente, indispensável não é que seja eloquente, espirituosa ou sábia; basta que prove ser um ato livre e voluntário, exprimindo uma intenção ou respondendo a um pensamento. Decerto, quando uma ventoinha se move, toda gente sabe que apenas obedece a uma impulsão mecânica: à do vento, mas, se se reconhecessem nos seus movimentos sinais de serem eles intencionais, se ela girasse para a direita ou para a esquerda, depressa ou devagar, conforme se lhe ordenasse, forçoso seria admitir-se não que a ventoinha era inteligente, porém que obedecia a uma inteligência. Isso o que se deu com a mesa.

Vimo-la mover-se, levantar-se, dar pancadas, sob a influência de um ou de muitos médiuns. O primeiro efeito inteligente observado foi o obedecerem esses movimentos a uma determinação. Assim é que, sem mudar de lugar, a mesa se erguia alternativamente sobre o pé que se lhe indicava; depois, caindo, batia um número determinado de pancadas, respondendo a uma pergunta. Doutras vezes, sem o contato de pessoa alguma, passeava sozinha pelo aposento, indo para a direita ou para a esquerda, para diante ou para trás, executando movimentos diversos, conforme o ordenavam os assistentes. Está bem visto que pomos de parte qualquer suposição de fraude; que admitimos a perfeita lealdade das testemunhas, atestada pela honradez e pelo absoluto desinteresse de todas.


Allan Kardec – O Livro dos MédiunsCap. III, Item 66-67. Editora FEB

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