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Deus está em toda parte

Como é que Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, pode imiscuir-se em detalhes ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo? Tal é a pergunta que muitas vezes se faz.

Em seu estado atual de inferioridade, só dificilmente os homens podem compreender Deus infinito, porque eles próprios são finitos, limitados, razão por que o imaginam finito e limitado como eles mesmos; representando-o como um ser circunscrito, dele fazem uma imagem à sua semelhança. Pintando-o com traços humanos, nossos quadros não contribuem pouco para alimentar este erro no espírito das massas, que nele mais adoram a forma que o pensamento. É para o maior número um soberano poderoso, sobre um trono inacessível, perdido na imensidade dos céus, e porque suas faculdades e percepções são restritas não compreendem que Deus possa ou haja por bem intervir diretamente nas menores coisas.

Na incapacidade em que se acha o homem de compreender a essência mesma da Divindade, desta não pode fazer senão uma ideia aproximada, auxiliado por comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que podem, ao menos, mostrar-lhe a possibilidade do que, à primeira vista, lhe parece impossível.

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Allan Kardec – Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. N. 5; Ano 9,1866. FEB Editora.

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