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O que é O Evangelho segundo o Espiritismo?




É o terceiro volume da Codificação da Doutrina Espírita, sendo a primeira edição publicada em 29 de abril de 1864, inicialmente com o título de Imitação do Evangelho. Traz “a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida”[1], [U1] tratando da formulação das leis que regulam a vida do Espírito, indicando como o Homem ou o Espírito deve ou não proceder, essencialmente no tocante à conduta, condição única e verdadeira para a felicidade dos Espíritos.



A obra ocupa-se do desenvolvimento dos tópicos religiosos de O Livro dos Espíritos, constante da 3ª parte do livro, referente às Leis Morais, representando um manual de aplicação moral do Espiritismo. José Herculano Pires[2], em sua tradução de O Livro dos Espíritos, na parte inicial intitulada “Explicação”, informa ter Kardec, em 9 de agosto de 1863, recebido [U2] uma comunicação dos seus Guias sobre a elaboração deste livro, afirmando que ele teria influência considerável, pois explanaria questões de interesse capital, de modo que não apenas o mundo religioso encontraria nele as máximas de que precisava, mas também as nações hauririam instruções excelentes.



Na parte introdutória da obra, Allan Kardec[3] [U3] discorre sobre os seus objetivos, destacando ter reunido na obra os artigos que podem compor um código de moral universal, sem distinção de culto, tendo conservado nas citações o que é útil ao desenvolvimento da ideia, deixando de lado o que não se prende ao assunto, tendo agrupado e classificado as máximas evangélicas segundo as respectivas naturezas, de modo a decorrerem umas das outras, tanto quanto possível. Ressalta que o mais importante, entretanto, era colocar o material ao alcance de todos, mediante a explicação das passagens obscuras e o desdobramento de todas as suas consequências, com aplicação dos ensinos a todas as condições da vida.


Embora as matérias contidas nos Evangelhos abordem cinco aspectos (os atos comuns da vida de Jesus, os milagres, as profecias, as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensino moral), Kardec organizou a obra apenas com o ensino moral do Cristo, parte que permanece inatacável e sem discussões, por isso seu conteúdo é destinado a todos os cultos e crenças, bandeira sob a qual todos podem abrigar-se.


Kardec não realizou nova tradução do Evangelho, preferiu utilizar a versão francesa mais respeitável e difundida à época. Ignorou a ordem cronológica e separou os trechos que poderiam constituir um código de moral universal, sem distinção de cultos, mantendo o que considerava útil e suprimindo o que não se coadunava com o assunto tratado. Além disso, agrupou as máximas segundo a sua natureza, de forma metódica, de modo que umas fossem consequências das outras, indicando a numeração dos capítulos e dos versículos de cada trecho citado.



O Evangelho Segundo o Espiritismo compõe-se de 28 capítulos, sendo 27 dedicados à explicação das máximas de Jesus, mostrando sua concordância com o Espiritismo e a aplicação às diversas situações da vida humana. O último capítulo traz uma coletânea de preces espíritas.


Podemos fazer os seguintes destaques acerca do Evangelho Segundo o Espiritismo: o seu ensino moral é terreno onde todos os cultos podem reunir-se; as relações sociais que nele se fundam obedecem à mais rigorosa justiça; o roteiro que dele se depreende conduz à felicidade vindoura, esclarecendo e consolando; faculta a compreensão do verdadeiro sentido dos pontos ininteligíveis dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros e; as instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes dos céus que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.


Sua leitura e estudo, portanto, são imprescindíveis aos Espíritas e a todos que se preocupam com a formação moral das criaturas, sendo fonte inesgotável de orientações para que possamos verdadeiramente alcançar um mundo de amor, paz e fraternidade.

[1] Id. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 131 ed. Brasília. FEB. 2013. Frontispício. p. 03. [2] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de José Herculano Pires. 59 ed. São Paulo: LAKE, 2003. p. 06. [3] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 131 ed. Brasília: FEB, 2013. p. 17. [U1]Inclusão da página na nota de rodapé, mas mantive a palavra frontispício, considerado importante para melhor identificação da citação. [U2]Alterado o texto para aclarar a origem da informação, assim como alterada a redação da nota de rodapé. [U3]Alterada a redação da nota de rodapé.

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