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Sobre as comunicações dos Espírito

(Grupo Espírita de Sétif, Argélia)


Muitas vezes vos admirais ao ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião, deveriam ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis das leis que regem tais coisas e que quereis considerar como invariáveis. O que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada a vossa liberdade. Este possui uma faculdade; aquele, outra; um é levado pelo orgulho; outro, pela cupidez; um terceiro, pela fraternidade. Deus emprega as faculdades e as paixões de cada um e as utiliza em suas respectivas esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem tão importantes, para Ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o mérito ou o demérito. Feliz, pois, aquele que é guiado pelo amor fraterno. A Providência não criou o mal: tudo foi feito em vista do bem. O mal só existe pela ignorância do homem e pelo mau uso que este faz das paixões, das tendências, dos instintos que adquiriu em contato com a matéria. Grande Deus! quando lhe tiverdes inspirado a sabedoria para ter em mão a direção desse poderoso móvel: a paixão, quantos males desaparecerão! quanto bem resultará dessa força, da qual hoje não conhece senão o lado mau, que é sua obra! Oh! continuai ardentemente vossa obra, meus amigos; que, enfim, a humanidade entreveja a rota na qual deve pôr o pé para alcançar a felicidade que lhe é dado adquirir neste globo!

Não vos admireis se as comunicações que vos dão os Espíritos elevados, apoiadas inteiramente na moral do Salvador, vo-la confirmando e a desenvolvendo, vos oferecem tantos pontos de contato e de similitude com os mistérios dos Antigos. É que os Antigos tinham a intuição das coisas do mundo invisível e do que deveria acontecer, e que muitos tinham por missão preparar os caminhos. Observai e estudai cuidadosamente as comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida. Aí tendes a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem receio de ver desnaturadas as verdades, que separareis sem dificuldade de seu cortejo inevitável de erros.

Trabalhai, tornai-vos úteis aos vossos irmãos e a vós mesmos. Não podeis prever sequer a felicidade que o futuro vos reserva pela contemplação de vossa obra.


Santo Agostinho


Allan Kardec – Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos. N.7 ; Ano VI,1863. FEB Editora.

 
 
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