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Primavera de Marta - Mensagem do dia 03.10.2022

Foto do escritor: Casa de JesusCasa de Jesus



Paizinho Francisco, na véspera da data evocativa de teu desenlace corporal, na Úmbria distante, te rogamos em memória de Nosso Senhor Jesus Cristo, que tenhas um olhar de compaixão pelo mundo em conflito.


Ainda hoje tua passagem ligeira, cujo corpo te acolheu por apenas 44 anos, acendeu nova claridade espiritual em plena Idade Média, devolvendo aos cristãos daqueles recuados dias o frescor do Cristianismo de outrora.


Vem, Francisco, nos leciona uma vez mais o desprendimento e a humildade, por que a perdemos nas estradas das dissipações e da avareza.


Decorridos 841 anos de teu nascimento na Itália, o mundo sofreu profundas alterações, e ora nos encontramos perdidos no báratro do excesso de tecnologia, nas buscas insanas e nos conflitos das disputas vãs.


Volta, assume uma vez mais teu hábito de pobreza e nos encaminha novamente aos passos de Jesus!


Nossos ídolos são de barro.

Nossos paradigmas se esfumaçam ao sopro da verdade. Temos urgência em definir novos rumos para uma sociedade que se perdeu em meio à tirania do ego.


Paizinho Francisco, recusamos as vestes da simplicidade e mergulhamos na opulência da ostentação. A pouca paz que tínhamos mercadejamos na ânsia de posse das coisas do mundo e nos vimos assaltados pelo medo.


Tanto quanto no teu tempo, ainda conservamos o Divino Amigo crucificado na cruz da desonra e no madeiro da infâmia. Talvez, paizinho, tenhamos receio de um Cristo libertador, que nos arrancaria dos grilhões da insensatez e da luxúria desses dias de aparências.


Vem nos ensinar de novo a ter sem possuir, dividir para multiplicar e doar sem receio de empobrecer. Resgata, em cada um de nós, a essência que se perdeu nas chamas abrasadoras desses dias de ansiedade e possessividade.


Hoje, as igrejas não estão caindo como em tua Úmbria querida, mas constatamos, Pai Francisco, que dentro de nós a fé perdeu seu vigor e nos achamos em adoção de religiões, sem a vivência da religiosidade.


O verbo se fez prolixidade.

A conduta se divorciou da teoria.

Os exemplos nobres são escassos e por toda parte a orfandade espiritual parece grassar, avassaladora, amedrontando os adultos meninos de nosso século.


Saímos da Terra em artefatos que recordam os "gafanhotos do apocalipse", mas não conseguimos nos subtrair ao egoísmo feroz. Nossos edifícios são cada vez mais altos, imponentes, parecendo que vão atingir o próprio céu, mas a presença de Deus no coração de homens e mulheres periclita em muitos.


Temos mais riquezas materiais, e estamos mais pobres moralmente.


Moramos em casas espaçosas, e cada vez somos mais solitários.


Tentamos preencher nosso vazio existencial com aquisições em grandes lojas.


Nos atiramos em atividades diversas, como festas e viagens intermináveis, negligenciando a excursão para nosso íntimo.


Ansiamos conhecer praias famosas e badaladas, celebridades e estúdios de fotografias, corremos atrás dos 15 segundos de fama, mas deitamos com o incêndio da ansiedade nos devorando, anestesiamos a inquietação com álcool ou drogas diversas, tentando obter algum repouso do corpo, permanecendo na febricidade da posse que nos vergasta.


Nossas orações, com algumas exceções, tem sido brados de desespero, onde suplicamos para que os céus nos retirem da Terra, que arde em loucuras de toda ordem.


Multidões vagueiam do nada para lugar nenhum.


Colossais somas de recursos alimentam a indústria bélica, cada dia mais precisa e cirúrgica nas guerras, e o pão dos teus famintos escasseia nas mesas.


Nunca tivemos, Pai Francisco, tantas enfermidades de natureza psicossomática como nos tempos modernos. Corpos sarados, almas em frangalhos.


Vem, reúne outra vez teus amigos e reergue a igreja moral que ajudamos a derrubar com nossa incúria e alucinação!


Inocula em nossas veias as plaquetas da paz legítima, da fraternidade sem cobrança, da convivência sem promiscuidade.


Nos ensina novamente a orar, fazendo da oração um ato de entrega a Deus e gratidão pelo muito que temos. Nos auxilia a reconhecer a natureza como um santuário vivo que nos compete preservar, nos tornando tão ecológicos quanto tu fostes em teu tempo tão distante...


Irmão sol, clareia nosso dia moral!

Irmã lua, pacifica nossa noite de inquietações!


Irmão fogo, purifica nossa têmpera contaminada pelas buscas ilusórias!

Sai, paizinho, de tua Assis, e percorre as grandes urbes da Terra em transe, ministrando calma aos aflitos, serenidade aos ansiosos, harmonia aos convulsionados e fé aos cativos do desespero!


Que tua data amanhã não seja de morte, mas lembrança de vida, e vida em abundância.


Traz, com teu exemplo, Jesus de regresso ao coração daqueles que esqueceram o Amigo Celeste, intoxicados pelos vapores das conquistas passageiras.


Restaura em nós a esperança que claudica, e nos toma como teus novos discípulos, nos fazendo peregrinos da Nova Era e construtores de um novo tempo.


Em assim sendo, edificaremos em nossa intimidade a certeza inquebrantável de que tua passagem no mundo não foi em vão.


Marta

Juazeiro, 03.10.2022

 
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