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Primavera de Marta - Mensagem do dia 12.10.2022


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O sentimento religioso sempre foi inato na criatura humana. Até onde possa volver o pensamento, as culturas mais antigas da Terra sempre conservaram traços do sentimento de adoração a uma força maior.


Egípcios ergueram uma notável e fascinante civilização sobre os pilotis da religiosidade profunda, havendo templos que cultuavam seus deuses em Carnac, Luxor e no Vale dos Reis, em Gizé. Gregos construíram santuários famosos, atualmente reduzidos a um amontoado de pedras em Atenas, como o templo de Zeus e o santuário de Minerva.


Etruscos, vagando na região do Lácio, edificaram os primórdios de Roma, que mais tarde seria a cidade mais poderosa do mundo antigo, invejada por seus templos de adoração a Júpiter e a Apolo.


Na antiga Fenícia, hoje parte do território turco, na Mesopotâmia, Iraque atual, ainda sobrevivem vestígios da religiosidade de povos ancestrais, que as areias escaldantes do deserto vem cobrindo de esquecimento e sombras.


E com o advento do Cristianismo, inúmeros templos do paganismo se fizeram igrejas cristãs, hoje famosas como museus e deslumbrantes nos afrescos e nos vitrais multicoloridos.


Apesar das guerras que vitimaram milhões, o homem nunca perdeu o seu sentimento íntimo de filho de uma causa maior.


Mesmo quando o planeta esteve próximo de uma hecatombe nuclear, deflagrada por potências detentoras de ogivas atômicas, os templos e as igrejas acolheram órfãos e despossuídos, que foram implorar a intervenção divina nos destinos do mundo.


Todos os dias os locais de culto, sob qualquer expressão ou denominação religiosa, acolhem peregrinos desiludidos com os próprios fracassos, almas temerosas do amanhã, fragilizados pela violência urbana e suplicantes de toda espécie.


Os ouvidos divinos escutam, de segundo a segundo, as rogativas mais esdrúxulas e os clamores mais desesperados.


O casamento que tarda.

A cura que demora.

O emprego que não surge.

A fortuna que espancaria a miséria dominante.


A extinção da inquietação íntima, que parece desidratar a vontade de viver.

Em raras circunstâncias, a oração se mostra na versão gratulatória ou louvatória.

O orante que enxerga na enfermidade um freio aos próprios disparates.


O fiel que agradece o dom da vida, mesmo atado a camas de limitação orgânica.


O invidente, que na limitação dos olhos, consegue "ver" a Providência Divina agindo na visão interior.


O atingido por mil ocorrências contrárias e ainda assim não se permite avassalar pela revolta ou inconformação contra os desígnios superiores.


Sim, locais de culto os temos em abundância na Terra. Estão nas cidades, nas fazendas, nos apartamentos, nas choupanas miseráveis, mas o Cristo indicou que no coração seria o local mais indicado para o encontro ou reencontro da criatura com o seu criador.


O silêncio que permite o autoexame.

A boca que cala para que fale o sentimento.


O pensamento, que abandona as tomadas terrestres para sintonizar com a estação divina.


Quando um homem ou uma mulher consegue sublimar o sentimento religioso, dispensa quase que totalmente o templo de pedra ou concreto. Se faz um sacrário onde a Divindade pulsa na canção do serviço contínuo.


Seus acordes o despertam cada manhã para ser melhor hoje do que ontem.


Não ajusta aos olhos as lentes da ilusão ou da ganância. Divide o que tem com quem nada possui.


Se faz um hino de esperança para incontáveis aflitos e desesperados.


Muitas vezes combatido e até atingido nos interesses, se ergue das próprias quedas e se põe a caminho outra vez.


Quando tudo lhe parece deserto e até os amigos o abandonam nas horas difíceis, mais seu sentimento do sagrado se avulta, tomando Jesus por modelo e guia.


Entre cruzes, torna-se amparo a muitos, vergados pelo peso das limitações humanas.


E quando as forças parecem secar, lágrimas deixaram de cair porque os olhos já não conseguem chorar e o riso se fez esgar de agro tormento, alça o coração aos céus e clama, em júbilo inexprimível na linguagem articulada:

- Gratidão, meu Deus! Muito obrigada, Senhor!

E entra na posse de desconhecida e ignorada felicidade.


Marta

Juazeiro, 12.10.2022

 
 
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