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Primavera de Marta -Mensagem do dia 14.10.2022


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É muito provável que em mais de uma circunstância, o candidato ao aperfeiçoamento se julgue incapaz de ascender no rumo da vida maior. À sua frente, uma pedreira quase que insuperável.


A má vontade alheia, corrosiva e perturbadora.


Os arrastamentos perniciosos, como tentáculos de sombras do próprio passado.

O cansaço intenso advindo das pelejas infrutíferas.


A semeadura do bem entre espinheiros humanos.


A reação contrária dos que não desejam mudanças no comodismo e na zona de conforto que lhes é própria.


A articulação das sombras, sempre atenta a qualquer tentativa de interferência em seus domínios.


E no imaginário de muitos aprendizes, as lutas se mostram inglórias, com maior possibilidade de fracasso do que de êxito.

O quadro social se mostra francamente propenso ao caos e à anarquia, nele predominando a perversidade calculada, a astúcia programada, o egoísmo feroz, o canibalismo tingido de competição, a indiferença para com os mais vulneráveis, o suborno e toda uma coorte de infâmias contra a dignidade da pessoa humana.


Como imaginar que o grão de areia lutaria contra a montanha altaneira?

Qual a chance de vitória da formiga atrevida, que insulta o paquiderme em fúria?


Como lançar em mar revolto o barquinho de casco frágil, sonhando com sua travessia sem naufrágio certo?


E, não seja de estranhar, muitas iniciativas que começam bem e logo após se evaporam, qual acetona aberta ao vento.

Cristãos que se avizinham da mensagem libertadora, cheios de projetos formulados em 24 horas, mas não os conseguem realizar em dez anos.


Temem a crítica de irmãos de ideal. Se permitem o melindre, como o agricultor invigilante que tolera a presença da sarça em meio ao feijão e finge que não vê o joio, usurpando o lugar do trigo.


Começa alguns projetos e logo os abandona.


Estimula alguns novos idealistas, mas não fica para lhe secundar os esforços, retirando o braço da seringa assim que se vê contrariado.


É compreensível perceber que toda e qualquer pessoa pode penetrar a mensagem de Jesus, mas a seiva das diretrizes do Cristo não consegue circular em veias frágeis.


O entusiasmo da primeira hora muitas vezes não resiste aos primeiros embates. Conquanto importante como componente de qualquer projeto de mudança, a euforia não dura para sempre, sofrendo naturais mudanças à medida que o tempo avança, e se tornando entusiasmo, confiança temperada com paciência e bom ânimo diante de prováveis reveses.


Começaremos os labores com muitos e os encerraremos com alguns poucos ou mesmo a sós... com Deus.


Familiares e amigos ressaltarão a loucura de nosso ideal, recomendando desistência para nos poupar de sofrimentos e decepções.


Limitações orgânicas nos farão repensar se vale a pena insistir onde outros sucumbiram. Entretanto, as próprias páginas da história gravaram vidas que hoje são paradigmas de lutas.


Paulo, após a conversão às portas de Damasco, deu-se conta dos desafios que o aguardava e suportou tudo heroicamente por amor a Ele.


Apolônio de Tiana, envelhecido e cego, ignorou os ataques dos adversários e espalhou a verdade em Éfeso, iluminando muitas vidas.


Sócrates experimentou a cicuta destruidora, mas não abriu mão da ética e da verdade.


Francisco de Assis percebeu a indiferença de muitos e perseverou na humildade, se fazendo lamparina nas sombras da Idade Média.


Gandhi insistiu nos atos pacíficos e sua obstinação comoveu 600 milhões de indianos e paquistaneses, até a independência do império britânico.


E Ele, que dividiu a história, surgiu numa gruta de pedra, teve um berço improvisado num cocho de animais e aparentemente sucumbiu numa cruz de infâmia.


Traído por um amigo do círculo mais íntimo, negado por outro, abandonado pelos demais e ainda assim voltou para insuflar esperança e otimismo.


Prossegue das regiões felizes clareando rotas e iluminando vidas.

Onde Sua mensagem chegou, libertou milhares dos grilhões da pequenez moral.

Nunca desistiu dos que desistiram.

Sua predileção sempre recaiu sobre os tombados, os injustiçados e os perseguidos. Nunca perdeu Seu precioso tempo com o mal. Utilizou as horas para socorrer suas vítimas.


Chamado oportunamente por Ele a cooperar na vinha, tens apresentado com frequência pedidos de descanso, férias, dilatadas horas de lazer. Tuas reclamações são constantes sobre a incompreensão dos irmãos de ideal.


Alegas que no grupo tem muitos alistados na oposição franca e agressiva.


A um passo que avanças, parece ocorrer dois para trás.


Quanto mais oras, mais assombração aparece.


Tuas melhores intenções são distorcidas, quem te aplaude de frente te apunhala pelas costas, quem te sorri hoje te arma ciladas amargas logo após.


Como perseverar no bom caminho?

Como avançar entre tantos cardos?

Como caminhar nesse deserto sem um cântaro de água e sem refazimento num oásis de verdura e sombra, se protegendo da inclemência do sol?


Com tantas interrogações, é muito justo e plausível que retornes ao Senhor da vinha e rogues esclarecimentos acerca das ferramentas precárias, do solo duro e da existência de pássaros predadores das sementes, mas tanto para ti quanto para os demais, Ele permanece divulgando a mesma assertiva de outrora:

- Meus discípulos serão conhecidos por muito amarem. E no mundo, somente tereis aflições. Eu, porém, venci o mundo!

Perdoe minha insistência e talvez até minha indelicadeza, mas desejas vencer o mundo ou vencer no mundo?

Tua resposta indicará teu êxito ou teu fracasso.


Marta

Juazeiro, 14.10.2022

 
 
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