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Primavera de Marta - Mensagem do dia 15.03.2022

Foto do escritor: Casa de JesusCasa de Jesus


Sim, existem dias que se nos afiguram terminais.


O cansaço extremo ante as lutas, que se sucedem sem tréguas, não ofertando pausa para descanso ou refazimento. O abandono de companheiros de ideal, fascinados por ouropéis e vantagens que não chegaram ao nosso conhecimento. As decepções incessantes, amargando as horas e obstaculizando a ascese para novos horizontes.


As enfermidades inesperadas, furtando o entusiasmo e retardando o andamento de projetos acalentados.


Muitos outros óbices se apresentam nas trilhas do discípulo que se decidiu pela própria melhoria e pelo incessante aperfeiçoamento.


Conspira contra seus atuais ideais inúmeros séculos de vinculação às sombras, por onde jornadeou na cegueira e na rebeldia, espalhando medo e praticando abusos, que hoje agem como paralisantes das novas disposições.


Por mais busque se renovar, desafios o puxam para baixo.


Quando empreende esforços para superação do jugo da matéria, esta se apresenta rotulada de prazer carnal, entorpecendo os sentidos e desviando a rota de muitos invigilantes.


E não raro anotamos os que ficaram à margem do caminho, esmolando ajuda dos caminheiros ou alegando paralisia da vontade para o prosseguimento das boas obras.


Certamente que não temos a Terra como estância de felicidade e perenes alegrias. Ainda assinalada pela inferioridade esmagadora de seus habitantes, exibe contrastes chocantes e o cenário das relações humanas está fortemente marcado pelo egoísmo e pelo orgulho.


Paixões sufocando os indivíduos.


Retenção obsessiva de bens como se a vida dependesse exclusivamente da fortuna transitória.


Usufruto exagerado de sensações grosseiras, impedindo que a alma em trânsito se dê conta de sua destinação após o sepulcro.


E entre triunfos ilusórios, buscas equivocadas e achados falsos, o ser atravessa uma larga existência investindo tão somente no predomínio da corporalidade, olvidando sua realidade transcendente, até que...


O anjo da morte cerra-lhe as pálpebras na grande partida.


Os entes queridos partem primeiro, deixando imenso vazio e saudade angustiante.


Os ritos religiosos praticados não conseguem preencher o vazio existencial que se apodera de muitos, inundando a alma de incertezas.


As filosofias parecem carentes de respostas, e a própria ciência se lhes afigura desprovida de nutrição para a mente, sedenta de afeto e amor.


O crepúsculo existencial torna-se um fardo difícil de ser suportado.


Em registrando semelhante panorama de muitas existências na Terra, nenhuma intenção nos move no sentido de agudizar as agonias que já fazem parte da vilegiatura existencial de muitos. Comentar excessivamente a dor ou dar muito destaque ao mal será sempre propaganda do equívoco, nos furtando tempo precioso para o acerto e para a melhoria pessoal. Se as dificuldades fazem parte do cardápio da vida, não se pode ignorar que as bênçãos de Deus se multiplicam, vigorosas, nas trilhas de cada um.


O patrimônio da fé, que nos dá a certeza de não estarmos sozinhos.


A tutela de anjos, que em ambos os planos da vida, nos amparam os ideais e nos reerguem das quedas prováveis, sem censura.


As oportunidades, que se renovam a cada manhã, esbatendo as sombras da noite.


O riso, que surge após o pranto.


A flor, que espalha encanto e perfume no charco imundo.


O pássaro, que trina, alegre, empoeirado no galho da laranjeira, exaltando a glória divina.


O filho que se aninha em nosso colo, pedindo afeto e doando alegria.


O parceiro ou parceira do coração, que uniu seu destino ao nosso, ora atravessando o crepúsculo da existência conosco com o mesmo brilho no olhar.


Quantos motivos para exercer a gratidão!


Incontáveis bênçãos preenchem nosso dia, desde o despertar até o recolher-se para o sono reparador.


Temos problemas? Sim, e são muitos!


Adversários? Inúmeros.


Desafios? Vários.


Incógnitas? Centenas, a cada dia.


Mas, o Divino Amigo nunca deixou Seus amigos ao abandono ou sem Sua orientação.


Não nos enviou ao plano material para o lamento ou para a queixa. Nos convocou, acreditando em nossa capacidade de superação das limitações que nos são próprias.


Mesmo sob ataque, não desistas do amor.


Apunhalado por alguma mão tóxica, prossegue teu ministério no bem.


Agredido por este ou aquele companheiro de lutas comuns, avança além de tuas suscetibilidades.


Se alguém te diminuir o valor, prossegue lutando contra tua inferioridade.


Entre cansaços extremos e lutas que te pareçam inglórias, lembra-te D'Ele.


Nada devia ao mundo. Débito algum na contabilidade divina.


Pureza em estado máximo.


Mesmo assim, apagou a própria claridade, vestiu-se da carne precária e numa manjedoura desconhecida e rústica fez-se luz do mundo e a alegria dos homens e das mulheres.


Se tens algum sentimento por Ele, imita-o desde já e prossegue.


Não aguardes do mundo o que o mundo não tem para te dar.


Seja Ele o sol que ilumina teu mundo íntimo.


Marta

Salvador, 15.03.2022

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