Primavera de Marta - Mensagem do dia 19.09.2022
- Casa de Jesus

- 19 de set. de 2022
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Em face das incansáveis buscas humanas, o homem tem suspirado por caminhos que o libertem do sofrimento e das angústias. Desde eras priscas, o arrojo da mente curiosa procurou desvendar os mistérios da vida e da morte, tentando equacionar os enigmas da existência.
Filósofos apontaram os questionamentos e as reflexões como base para elucidar as interrogações existenciais. Religiosos construíram rebuscada teologia, ocultando Deus em muitos mistérios, deixando a criatura sem rumo, qual barco à deriva.
A ciência, desde seus primórdios, tentou conhecer os elementos constitutivos da matéria, levantando teorias diversas para elucidar o fiat lux.
Todas elas, como ramos frondosos da árvore da vida, auxiliaram o ser a encontrar caminhos que retirassem o homem das dúvidas inquietantes, do ceticismo, da ausência de lucidez. E em pleno século das luzes, milhões de almas vagueiam pelo corpo quais sonâmbulos das emoções superiores, manipulando a matéria densa sem dela extrair respostas para suas inquietações existenciais.
Fundamental encontrar caminhos libertadores.
Imprescindível superar o jugo asfixiante das sensações grosseiras, librando acima das cogitações rasteiras.
Um universo de possibilidades, sons, vibrações e raios palpita além da tabela periódica.
Átomos existem em condições que fogem completamente ao exame tradicional das ciências materialistas, se aglutinando em derredor de um psiquismo que os atrai e os ajusta para determinadas elaborações no campo sutil da alma.
Raios diversos constituem um mundo à parte, interagindo na invisibilidade que lhes é própria com nossos corpos densos, sem que lhes percebamos a influência na saúde e na emissão de pensamentos.
Jornadeando a milhões de anos nas vastidões terrestres, o ser tem suplicado à Divindade roteiro seguro para compreender o jogo de forças favoráveis e contrárias aos seus anseios milenares. Em muitas circunstâncias e ocasiões, obteve impulso vertiginoso para elaborar teorias convincentes num momento, descartadas em outro. E de tentame em tentame, foi consolidando as próprias buscas e dissipando o pesado véu que lhe ocultava a realidade da vida.
Penosamente e vagarosamente, vem descobrindo que na essência é um psiquismo, revestido de uma roupagem rarefeita e ultrassensível, que possibilita uma ponte para comandar a argamassa pesada de que se reveste quando da vilegiatura carnal.
Tem aprendido, pouco a pouco, que fecundação é ocorrência biológica que permite ao ser o mergulho nas procelas orgânicas, onde lutará contra as próprias imperfeições e limitações, buscando superação antes do túmulo, ocasião em que se verá ejetado do carro físico, retornando ao país causal com toda sua bagagem de valores subjetivos.
Diante dessa verdade que se patenteia diariamente, o aprendiz da escola terrestre vem sutilizando a educação, refinando a pedagogia e agregando à ciência um fator religioso, tornando alguns cientistas verdadeiros apóstolos da fé científica e da ciência religiosa.
Abrem-se caminhos e veredas novas.
Dilata-se o entendimento acerca da presença humana na Terra.
Diminui a distância entre nós e outros inquilinos do espaço infinito.
A crença cede lugar ao saber.
A fé cega perde terreno e não tem como mais amordaçar o cântico da investigação científica.
Estradas do saber se alargam. Equipamentos sofisticados descem ao infinitamente pequeno e desvendam segredos que as moléculas escondiam. Outros, sobem ao infinitamente maior, tentando encontrar sinais de vida inteligente, nos consolidando a certeza de que nunca estivemos solitários nas trilhas do aperfeiçoamento.
O progresso nunca se detém, conquanto possa ser embaraçado por certas manobras bélicas ou astúcia política de déspotas sanguessugas.
O caudaloso rio da investigação científica já conseguiu seu habeas corpus da intolerância religiosa, não se podendo mais deter em diques de fanatismo ou represas de interesses argentários o fruto da pesquisa laboratorial.
O futuro pertence ao Espírito, sentenciou o benfeitor Emmanuel.
Otimistas e diligentes, sigamos essa onda que varre a superfície do planeta, a tudo renovando, apontando rumos novos.
Ainda vigora em muitas consciências a ideia de um acaso inteligente e de uma vida universal regida tão somente por um determinismo sem bases divinas.
Tenta-se apagar a ideia do Divino, insculpida em cada ser.
Esforços inúteis.
Gasto estéril de energia.
Em meio ao caos moral, vigora a lei de amor, justiça e caridade, apontando a homens e mulheres a estrada luminosa do reencontro consigo mesmo, a unificação com Deus e a parceria com o Divino Amigo, em marcha para o alcance da tão sonhada plenitude.
Marta
Salvador, 19.09.2022



